terça-feira, 15 de novembro de 2011

Quando os sonhos de Deus entram na gente - parte 2


“Tu me farás conhecer o caminho da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à tua direita há eterno prazer” (Salmo 16.11)

“Fizeste-nos para Ti, e nosso coração vive inquieto enquanto não repousar em Ti!” (Agostinho de Hipona)

“Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos nEle!” (John Piper)

            Usar a expressão “sonhos de Deus” é apenar falar de forma poética e metafórica sobre a vontade dEle, sobre Seu querer, Seus intentos mais profundos, enfim, Seu Reino. Quando esses “sonhos” entram na gente, a vida ganha novo sentido, novo propósito, novo rumo. Podemos chamar essa vida de vida abundante engajada no Reino de Deus!
            Quando cristãos permitem que a vida de relacionamento com Deus se torne uma rotina domingueira cansativa, sem brilho, sem ânimo, sem uma busca profunda, sem ousadia, os planos dEle para nós são deixados de lado, e assim, mesmo vivendo uma vida chamada de religiosa, acabamos por estar a quilômetros do centro da Sua vontade. Para o estilo de viver que a Bíblia nos apresenta, isso é inadmissível. Por isso proponho outro paradigma de vida: “quando os sonhos de Deus entram na gente!”
            Quando os sonhos de Deus entram na gente os valores e prazeres do mundo são obscurecidos pela beleza de Deus, e nosso olhar se foca exclusivamente na Sua glória. Quando os sonhos de Deus entram na gente a Bíblia se torna nosso livro de cabeceira. Quando os sonhos de Deus entram na gente a vida de oração se torna amizade com o Pai e com nosso irmão mais velho, Jesus Cristo. 
           Quando os sonhos de Deus entram na gente olhamos para as pessoas como criaturas feitas à imagem e semelhança do Pai, por isso consideramos sua dignidade intrínseca. E, assim, colocamo-nos a disposição do Senhor e Mestre Jesus para abençoar tais pessoas.
            Quando os sonhos de Deus entram na gente nos tornamos bons pais, bons filhos, bons trabalhadores, bons estudantes.
            Quando os sonhos de Deus entram na gente aprendemos a ser transparentes e íntegros, tornamo-nos mais gentis, mais amigos, mais graciosos, menos egoístas, mais altruístas; assumimos, dessa forma, uma postura cavalheiresca diante de todos que nos cercam.
            Quando os sonhos de Deus entram na gente compreendemos que com Deus não há barganhas a fazer, afinal, Ele é movido por sua graça e boa vontade. Sendo assim, tudo que fazemos para Ele, o fazemos não esperando receber algo em troca, mas nos concentramos na glorificação do Seu nome. Fazemos simplesmente porque temos que fazer!
            Quando os sonhos de Deus entram na gente entendemos que quando mais aprendemos a nos alegrar e nos regozijar nEle, nossa alma é mais satisfeita. Por isso concentramos nossa vida naquilo que é essencial, louvar e adorar ao Criador e servir e abençoar as pessoas incansavelmente, sem murmurações, com o coração estupefato e maravilhado de alegria!
            Pergunto: os sonhos de Deus estão em você?! Se não, ainda dá tempo de mudar. Pense nisso!                                                                                                               
                                                                                                                                            Pr. Laurencie 

sábado, 5 de novembro de 2011

Quando os sonhos de Deus entram dentro da gente

“Quem mais eu tenho no céu, senão a Ti? E na terra não desejo outra coisa além de Ti?” (Salmo 73.25)

“Fizeste-nos para Ti, e nosso coração vive inquieto enquanto não repousar em Ti!” (Agostinho de Hipona)

            Teologicamente falando, Deus não sonha. Pois Deus tudo pode, tudo sabe e a tudo vê. A Palavra diz: que Ele faz tudo o que lhe apraz! Ou seja, Ele não precisa sonhar. O sonhar é algo que está enraizado no chão da existência humana e, assim, é característico de seres pequeninos, ínfimos, limitados, vulneráveis, presos ao tempo como nós. Então qual é o sentido de falar sobre os sonhos de Deus?!
            Um pensador chamado Wittgenstein disse que o limite do homem é a sua linguagem. Isto é, a linguagem é a expressão daquilo que conseguimos compreender. Por isso, ela nos limita, visto que inúmeras coisas estão para além da nossa compreensão. E Deus, certamente, é alguém que está infinitamente para além da nossa compreensão, humanamente falando é claro. Por isso, Deus conhecendo-nos, decide em sua graça e postura sempre cavalheiresca, revelar-se, não de maneira exaustiva, mas de maneira verdadeiramente verdadeira. Portanto, o que sabemos e compreendemos de Deus foi aquilo que Ele mesmo decidiu falar sobre Si, por intermédio de Sua Palavra. 
            Todavia, ao falarmos sobre Deus, usamos nossa limitada linguagem, afinal, é a única que temos. Alguns por aí, dizem que falam línguas de anjos, mas isso é algo demasiadamente difícil de dar crédito, é uma subestimação da inteligência. Assim, usamos nossa linguagem e nossos sentimentos para expressar os sentimentos de Deus, é o que chamado de antropomorfia e antropopatia. Somos limitados em nossa linguagem e sentimento, mas é o que temos para falar sobre o Mistério chamado – Deus. Por isso podemos, sem ter medo de estar cometendo heresia, falar sobre os sonhos de Deus, Sua vontade, Seu querer, Seus desejos mais profundos.
            Muitos falam exaustivamente sobre Deus, contudo, mais do que ser falado, Deus tem que ser vivido na prática, no chão da vida, no cotidiano, nas lutas diárias, no trânsito, em casa, nos relacionamentos, nas conversas e no lazer. Em nosso mundo, muitos são religiosos de carteirinha, usando uma expressão católica romana, são verdadeiros papa hóstia e adoram discursar sobre religião, moral, enfim, sobre Deus etc, mas será que os sonhos de Deus estão dentro deles? Será que o querer e a vontade de Deus estão na profundidade do seu ser como uma chama que não se apaga? Como uma voz que não se cala? Será?
            E em relação a você, o que se pode dizer sobre esse assunto? Você carrega dentro de si os sonhos de Deus? Ou será que sua espiritualidade virou religiosidade domingueira rotineira e cansativa? Faça um teste e responda para si mesmo: quanto conheço de Deus? Quanto obedeço de Sua vontade? Quanta liberdade Ele tem para exigir mudanças comportamentais em mim? Quanto eu permito que Sua Palavra me leia e me molde e me conduza? Quanto eu me importo com os outros? Quanto eu me dedico à causa de Deus de fazer de Cristo Senhor de toda a vida? Quanto e como eu oro?
            Os crentes genuínos devem se apegar de tal modo a Deus que seus interesses, desejos e sonhos particulares se renderão aos sonhos dEle. E que esses sonhos possam ser considerados um tratado de vida agora e sempre! Para a glória dEle mesmo e para a satisfação da nossa alma. E que assim seja! E se assim não for, não valerá a pena seguir. Quando os sonhos de Deus entram dentro da gente, a vida nunca mais será a mesma!                                                    
                                                                                                           Pr. Laurencie