segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Aos aflitos palavras de consolação

O dicionário diz que o significado da palavra aflito é: ‘aquele que sofre aflição’ e aflição se traduz assim: ‘Agonia; sofrimento intenso, tristeza pungente, preocupação, desassossego, inquietação. Quem nunca se viu numa situação assim? Quem nunca foi tomado pelos braços da angústia e da decepção? Da perda? Da dor? Do medo? Do não saber o que fazer? Nem saber para onde ir? Como diz Newmann Hall: “este mundo é um vale de lágrimas”. Mas apesar de tudo isso, Deus insiste em dizer: “Não temais” (Lucas 12.32). Que você abra seu coração para as doces Palavras Divinas.
Diante dos sofrimentos da vida, talvez sejamos levados a dizer como o salmista: “Minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite. Quando me lembro destas coisas choro angustiado” (Salmo 42.3 e 4a). Mas do próprio salmista brota as palavras de consolação: “Ponha sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; Ele é o meu Salvador e meu Deus” (Salmo 42.11). Era da cultura do povo hebreu cantar cânticos ao Senhor (salmos) mesmo num tempo de dor exacerbada: “quanto a mim, sou pobre e necessitado; apressa-te, ó Deus. Tu és o meu socorro e meu libertador; Senhor, não te demores!” (Salmo 70.5). “Andando eu no meio da angústia, tu me revificarás” (Salmo 138.7). “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei” (Salmo 27.1). “A minha carne e o meu coração desfalecem, mas Deus é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre” (Salmo 73.26). “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de coração” (Salmo 34.18).  Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia de mim, porque a minha alma confia em Ti; e à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem a calamidade” (Salmo 57.1). “Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e Ele te susterá” (Salmo 55.22). “Ouve, Senhor, e tem piedade de mim. Senhor, sê o meu auxílio” (Salmo 30.10). Aos aflitos, a Palavra de Deus derrama consolação.
Diante de tais palavras nosso coração pode se encher de gozo e esperança porque Deus é Deus que se solidariza com nossa dor e angústia. É Deus que escuta o clamor do angustiado e do oprimido. Deus que se faz presente no caminho. Deus que derrama refrigério e dá paz. Deus que abraça e dá livramento. Deus que enxuga as lágrimas e promete que haverá um tempo em que elas não serão mais necessárias. Creia nisso!
Jesus de Nazaré é a maior prova de que Deus é assim. Deve ser evidente para você que Cristo, mostra quem Deus é, e como o homem deve ser. Afinal, como diz Paulo, “Ele é a imagem do Deus invisível” (Colossenses 1.15). Jesus mostrou com seu ministério e suas palavras que é possível viver na esperança, num mundo e tempo marcados pela opressão, miséria  e dor, suas palavras trazem acalento. Foi Ele quem disse: “Vinde a mim todos os que estais cansados, oprimidos e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (Mateus 11.28). Disse também: “Eu vim para que vocês tenham vida, e vida em abundância” (João 10.10). Disse ainda: “Neste mundo vocês terão aflições, contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” (João 16.28). Foi Ele que nos ensinou a chamar a Deus de Abba: “Vós orareis assim: Pai” (Mateus 6.9). E isso significa que Deus não está distante lá no céu, indiferente a nós. Não, definitivamente não! Deus está próximo. Pertinho. Está inclinado às nossas orações (Salmo 40.1). Jesus nos mostra que: Deus é amor, graça, bondade, perdão, misericórdia, compaixão, salvação, esperança. Deus é a razão da alegria e da paz. Ele que pode fazer a alma sossegar e a mente desatribular-se. Ele que levanta quem está caído. Aos aflitos, Deus é sinônimo de consolação.
Como o próprio Senhor disse, “Ele veio para os que estão doentes” (Mateus 9.12). Talvez sua alma esteja doente. Talvez aflita, ou desesperada. Talvez perplexa e duvidosa. Então, tome uma decisão de fé: descanse em Deus. Ouse descansar nos seus braços, nas suas promessas, na sua bondade, na sua Palavra.
Já citamos Newmann Hall no início dessa pastoral e vamos encerrar com ele: “Este mundo é um vale de lágrimas. Mas o Varão de dores o visitou para trazer-nos paz e alegria; e enquanto em nós e ao nosso redor tudo parece feito para nos inquietar, a Palavra de Deus incessantemente repete: ‘Não temais’ ”. Que Deus nos ajude!
                                                                                                Pastor Laurencie

sábado, 12 de dezembro de 2009

Ano novo, vida velha

Todos sabem que um ano é equivalente a trezentos e sessenta cinco dias mais seis horinhas, isto é, um ano marca o tempo que a Terra demora para dar a volta em torno do sol, o chamado movimento de translação. Mas não é nosso propósito falar de geografia aqui. E sim, dizer que o tempo, contado em anos, na verdade, acaba por dividir a nossa vida em ciclos. É um tipo de renovação da vida. Pelos menos aparentemente. Por isso que milhões de pessoas fazem seus rituais de passagem de ano, esperando que algo mude para melhor em sua existência, mas isso nem sempre acontece, ou melhor, quase nunca.

A cada ano vejo inúmeras pessoas fazendo votos a Deus com o propósito de tornar a vida melhor, mais bela, mais alegre. Alguns querem engordar, outros emagrecer, alguns anseiam ganhar um salário maior, outros trabalhar menos, alguns e algumas estão ansiosos por um casamento, outros e outras querem sair do casamento. Alguns prometem que vão passar mais tempo com a família, outros que não cometerão mais os erros do passado, que serão mais calmos, que gastarão menos, vão ser mais educados, mais pacientes e por aí vai...

Fato é que muitos desses que fazem seus votos no dia 31 de dezembro, voltam para a mesma rotina de vida no dia primeiro de janeiro. O interessante é pensar que tais pessoas se iludem ao ponto de pensar que uma vida vivida do mesmo jeitinho de sempre vai levar a resultados diferentes. Muitos nem se dão ao trabalho de lutar e labutar um pouquinho que seja para cumprir seus votos ou atingir seus objetivos. E daí ficam aguardando uma intervenção divina sobrenatural a qual transformará tudo num maravilhoso mar de rosas. É como diz um pastor amigo meu: “isso é uma grande bobagem”.

Nessa pastoral, não quero convidá-lo a fazer um voto a Deus em relação a 2010, mesmo porque a bíblia ensina – quem faz votos e não os cumpre é tolo. Quero, apenas, que faça uma análise sobre si mesmo: será que existe alguma área de sua vida que possa ser melhorada? Será que existem paradigmas que necessitam ser quebrados pra você reconstruir a sua história? Será que há comportamentos na sua jornada que possam ser alterados para tornar melhor a caminhada da vida, em relação a si mesmo e aos outros? Será que existe um perdão que precisa doado? Uma fala que precise ser reeditada?

Essas questões são bem pessoais e particulares, e elas nos levam a mergulhar em nós mesmos, e a pedir que Deus sonde e averigúe se há em nós caminhos maus, caminhos que no fundo, bem no fundo, são descaminhos. Francisco de Assis faz uma oração muito rica e bela sobre isso: “Deus, dai-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar, coragem para mudar as coisas que eu possa, e sabedoria para que eu saiba a diferença”. É preciso reconhecer sim que há certas áreas de nossas vidas que vão de vento em polpa e não necessitam de mudanças, contudo há outras que precisam ser fechadas pra balanço, para revisão, reestruturação, remodelagem, reconstrução, renovação. E ainda, há certas coisas que não estão ao nosso alcance por sermos pequenos demais, frágeis demais, humanos, demasiadamente humanos, mas mesmo assim, tem de ser aceitas.

Minha palavra hoje é: seja honesto com Deus e consigo mesmo, peça coragem pra mudar o que precisa ser mudado, e faça isso em nome e para a glória de Jesus. Não faça votos que serão esquecidos dois minutos depois de serem pronunciados ou que serão só mais um peso para se carregar  no ano de 2010. Liberte-se disso. Trilhe por novos caminhos.

Em 2010 se inicia um novo ciclo que pode ser um novo tempo também, ou pode ser a mesmice de sempre. Tem gente que gosta de mesmice, e, particularmente, não tenho nada contra eles. Mas é fato que se nos colocarmos em sinceridade diante de Deus, com certeza absoluta, haverá áreas de nossas vidas que deverão passar por transformações. Portanto, seja forte e corajoso. E não tenha medo da novidade, mude o que precisa e pode ser mudado, e creia que Deus tem o poder de fazer novas todas as coisas (Apocalipse 21:5).

Um novo tempo pede um engajamento novo, um compromisso novo, uma celebração nova, uma esperança nova. Isso é muito bem expressado pelo salmista quando diz que cantará ao Senhor um novo cântico (Salmo 96:1).  Quero convidá-lo a cantar essa nova canção tão falada pelo salmista comigo. Venha, ajoelhemo-nos diante de Deus com o coração puro, sincero e honesto, sem barganhas e exigências a fazer, com alma cheia de gratidão, confiança, aberta e corajosa para as transformações que o Pai, o Abba Pai desejar fazer.

Lembre-se: nada muda, se nada muda. Se quiser uma vida nova em 2010, busque em Deus. Mas busque com toda a sua força e dedicação confiando na graça que vem do alto. Vida nova, segundo a minha perspectiva, pode ser traduzida assim: uma vida alegre, confiante, satisfeita, com conteúdo, com simplicidade, mas com significado, com paz e coragem para ousar trilhar por caminhos da fé, fé em Jesus Cristo. Eu quero essa qualidade de vida, e você? 
                                                                        Pastor Laurencie

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Natal: o que celebrar?

Quando o mês de dezembro desponta no ano começam as tão grandiosas arrumações para o Natal. Luzes, muitas luzes, pinheiros, falsificados ou não, bonecos de neve, presentes, bolas de vidro, Noel pra cá e pra lá, mesas fartas de comida. A mídia, utilizando-se de artistas com cara de paisagem, transmite as mensagens que acha coerente com a data. Enquanto isso, milhares de desabrigados por causa da chuva, gente passando fome, guerras civis pelo mundo todo, violência e insegurança nas nossas cidades, muitas pessoas chorando pela perda de seus entes queridos. Gente sofrida e desesperançada. Diante disso, surge em mim um questionamento: Afinal, por que celebrar o Natal?

Digo com convicção: o Natal só vale a pena ser celebrado quando seu verdadeiro significado é resgatado e trazido à tona. Pois apesar das circunstâncias mostrarem o contrário, o Natal insiste em mostrar a mim que Deus se importa, que Deus não está distante, que Deus não é apático, não é indiferente, não é insensível, não é antipático a dor humana.

Muito pelo contrário, Deus, ao enviar Jesus ao mundo, estava derramando do seu pathos sobre a humanidade, isto é, derramando abundantemente sobre o mundo os seus sentimentos mais profundos. Tais sentimentos servem como sinal do valor que Deus atribui ao ser humano. Ele, O Deus criador do universo, onipotente, cheio de glória e majestade, é simpático à situação de cada pessoa que habita nesse vasto planeta. O apóstolo do amor já dizia: “Porque Deus amou o mundo”.

É fato que na cosmovisão mundana, ou seja, no jeito do mundo entender e perceber a realidade, não há muito espaço para o amor divino, na verdade, não há nenhum espaço para aquilo que vem do alto. Veja: Cristo nasceu e poucos sabiam, Deus havia se tornado gente de carne e osso e poucos perceberam, o céu festejava, mas a terra continuava na mesmice de sempre. Os anjos cantavam dos céus aos pastores: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”, e aqui, na terra, nada de glorificar a Deus. O rei da vida havia nascido e provavelmente a maioria absoluta das testemunhas do seu nascimento era animais. Afinal, ele nasceu num estábulo. O texto bíblico afirma: “pois não havia espaço na hospedaria”. Não houve reconhecimento de sua majestade, exceto pelos pastores e magos. O Salvador estava nascendo. Contudo, as pessoas nem se davam conta que precisavam de um Salvador.  Deus veio habitar aqui. Veio, conforme João 1.14,  tabernacular entre nós, por isso pôde ser chamado de Emanuel, que é Deus conosco, Deus pertinho, bem acessível. Entretanto, por estar muito ocupado com o desnecessário, o mundo não percebeu Jesus e vinte séculos depois, o mesmo pode ser dito.

 A pergunta insiste em martelar na minha cabeça: quais as razões para celebrar o Natal, se o mundo continua sendo injusto, cheio de sofrimento, dor e tristeza mesmo com a vinda de Cristo? Essa data tão importante para o cristianismo me ensina que Deus, em Cristo, começou um novo tempo, e está reescrevendo uma nova história naqueles que se abrem radical e incondicionalmente para a sua obra. É claro que essa ação divina não será divulgada nos canais de comunicação da massa, afinal, a hospedaria continua sem ter espaço para Jesus. Contudo, meu coração, apesar do mundo mau, enche-se de ânimo para celebrar o Natal. Pois quando penso em Natal, minha mente imediatamente é arremetida a Jesus de Nazaré, e Jesus mostra como Deus é, e como o homem deve ser. Através de Jesus, percebo que Deus me ama profundamente, e não só a mim, mas o mundo todo, mesmo que este insista em lhe virar as costas. Em Jesus entendo que estou nas trilhas do mundo sim, trilhas sofridas e angustiantes, mas estou a caminho do Reino. Abrindo um parêntese: Essa frase daria um belo título para um sermão: pelas trilhas do mundo, a caminho do Reino; fecha parêntese. Por meio de Jesus, compreendo que o ser humano pode ser reinventado e a sua história reconstruída. Mas afirmo, reafirmo e afirmo de novo: só em Jesus.

O que celebrar no Natal? Celebre Jesus. Celebre o amor de Deus ao enviar Jesus ao mundo. Celebre a salvação. Celebre o consolo do Espírito Santo. Celebre os valores do Reino que são pregados e vivenciados por legítimos discípulos do Senhor. Celebre os atos de bondade em prol dos fracos e oprimidos dessa terra. Celebre a justiça que é feita, mesmo que raramente. Celebre o trabalho, celebre os amigos, celebre os familiares, celebre a igreja. Celebre a vida. Celebre a reinvenção da vida que se dá somente por Jesus. Celebre em nome de Jesus e para glória de Jesus. 

Deve ficar claro que a celebração verdadeira do Natal verdadeiro não é uma alienação em relação a todo sofrimento que acontece no mundo, pois não é fundamentada em egocentrismos, nem enganações. É apenas o aprendizado de acolher a bondade de Deus  no aqui e agora da vida, crendo que um dia Ele passou por aqui porque queria estar mais perto. E não só isso: queria transformar para sempre a história da humanidade. E transformou, e continuará transformando, mesmo que isso não passe na televisão. Natal é isso: Deus conosco e nós em Deus, com Deus e pra Deus. E aqui assim seja.
Pastor Laurencie

Grande amor de Deus

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito..."


Como é maravilhoso pensar no grande amor de Deus. Amor este que levou Deus a se importar e a agir por cada um de nós, chamando-nos pelo nome, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a honra e a glória para sempre.
O amor impulsionou Deus a doar seu Filho Único em nosso favor, e agora nós mesmos somos filhos também. E irmãos de Cristo, Senhor e Salvador de nossas vidas.

Saiba que o amor sempre  leva a doação, a entregar o melhor, no caso de Deus, o seu próprio Filho, plenificação e personalização do seu amor. Cristo é o amor de Deus que virou gente de carne, sangue e osso.

Lembre-se que o amor de Deus nos impulsiona a amar. Por isso,  convido-o a demonstrar seu amor hoje a alguém próximo. Faça um elogio sincero, compre um presente, dê um abraço apertado e amigo, interceda por alguém, chore por alguém. Alegre-se por alguém. Dê uma palavra amiga, doe uma palavra de encorajamento. Dê uma oferta para quem precisa...

Recorde-se ainda que o amor de Deus é dado a quem não merece. Ele simplesmente nos amou, assim como somos. Amor não está ligado a mérito. Está ligado a doação, pura e simples.

No caso de Deus, amor e doação são sinônimos. O desafio é que aconteça o mesmo conosco. Pense nisso!

                                                                                                          Pr. Laurencie