terça-feira, 7 de setembro de 2010

Dependência ou morte!

“Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o reino dos Céus”. (Mateus 5.3)
            
         Terça-feira, dia 07 de setembro, será comemorada mais uma vez a independência do Brasil. Quando estávamos na escola aprendemos que esse ato foi feito por D. Pedro I, às margens do rio Ipiranga, com o famoso grito: “Independência ou morte”. Na verdade, quem tem um pouco de senso crítico, sabe que as coisas não foram bem assim, por duas razões pelo menos: primeiro que a independência não foi um ato isolado de D. Pedro I, mas sim um acontecimento que integra o processo de crise do Antigo Sistema Colonial feito pela aristocracia rural do país por interesses econômicos, obviamente. Em segundo lugar, a independência restringiu-se a esfera política não alterando em nada a realidade sócio-econômica, que se manteve com as mesmas características do período colonial. A grande verdade é que a independência não marcou nenhuma ruptura com o processo de nossa história colonial. As bases sócio-econômicas (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que representavam a manutenção dos privilégios aristocráticos, permaneceram inalteradas, ou seja, os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. 
 Isso mostra que a forma como a independência do Brasil é-nos contada é uma grande farsa, é uma mentira. Só para termos a impressão de que algo foi feito de maneira heróica por aqui. Doce ilusão.
            Na verdade, usei esse assunto da independência do Brasil como pretexto para dizer que na vida cristã a palavra independência não existe, pelo menos não deveria existir. Foi essa a proposta que Serpente fez para Adão e Eva no Edén: “comam do fruto de conhecimento do bem e do mal e dêem seu grito de independência de Deus”. Isso foi uma grande mentira, tal qual a forma como a independência do Brasil é-nos ensinada.
            A bíblia ensina que o ser humano entregue a si mesmo – independente – só produz a mentira, a injustiça, a opressão, a ganância, a violência, enfim, o caos. Jesus, nosso Senhor, mostra-nos outro caminho, Ele brada o grito da dependência: “bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o reino dos Céus”, em outras palavras, o Mestre está ensinando que a verdadeira felicidade, a vida plena, acontecerá somente na dependência absoluta de Deus.
            Os pobres em espírito são aqueles que sabem que nada têm a oferecer a Deus, por isso confiam desesperadamente na graça divina, são aqueles sobrecarregados que aprenderam a descansar à sombra do Senhor, são aqueles que possuem joelhos vacilantes e fracos e tem plena consciência que não se bastam a si mesmos de forma alguma, são aqueles que olham para si mesmos com sinceridade e dizem: “sou um pecador e careço da glória de Deus em minha vida”, são aqueles que sabem que a vida entregue a si mesma, na própria força e na independência do ser será um grande desapontamento para Deus. Jesus, como sempre, tinha razão: Felizes aqueles que nada têm, mas encontraram tudo no Deus gracioso.      
             Um sinônimo para a palavra independência é liberdade, e apesar do Brasil ter soberania em seus territórios, ser autônomo em suas leis, está muito longe de ser um país livre, o que reina por aqui, na verdade, é a escravidão em vários sentidos. O grito de D. Pedro I, possivelmente nunca existiu, se existiu, foi só um grito pomposo e demagógico para esconder as verdades. Já o grito de Cristo é a mais pura verdade: “Dependência (de Deus) ou morte”.   Pr. Laurencie


Nenhum comentário:

Postar um comentário